sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Musicalmente Falando


Temos vários tipos de amigos, Vandejer Adrian (Dinho) é aquele amigo que em poucas palavras fala muito, e esse muito sempre é interessante. Hoje depois de 1 ano sem postar nada, vou postar deste meu amigo um de seus ricos textos falando sobre Prosa, Poema e Poesia. Deus te abençoe meu amigo!

Musicalmente Falando
Muitos confundem facilmente a diferença entre Prosa, Poema e Poesia.
PROSA: Texto não organizado em versos, cujo objetivo é ter poesia.
POEMA: Texto ou discurso organizado em versos que também pretende ter poesia.

A poesia, entretanto, é algo muito mais profundo... É a imagem do belo. Um poema ou uma prosa pode, ou não, ter poesia em si.
Um poeta da MPB escreveu: “A poesia está para a prosa assim como o amor está para a amizade”. Ora, não é preciso dizer que o amor é a própria essência da amizade, não obstante, não se resume em ser mostrado apenas pela amizade. Não. O amor é muito maior, mais lindo e mais profundo do que uma relação entre amigos, podendo se manifestar de muitas outras formas. Assim é a poesia, que não se resume só à prosa ou mesmo às palavras, podendo se manifestar de muitas outras formas.
Assim, podemos dizer que a música em si é uma das formas mais bonitas e maravilhosas da poesia se manifestar. A música ininterrupta, por exemplo, cantada pelas ondas do mar é uma das poesias mais belas existentes desde os primórdios da Terra. O canto dos passarinhos em uma sinfonia apresentada todas as manhãs, embora nunca ensaiada é uma nata e absoluta poesia. O choro de uma criança recém-nascida vem à tona encharcado da poesia da vida... Um instrumento bem tocado, seja ele um piano, uma guitarra, uma gaita, um saxofone , uma bateria ou qualquer outro, canta poesia em forma de música. O dicionário Silveira Bueno na definição de poesia faz uma alusão à música dizendo que a essência da poesia é o ritmo.
A partir daqui conseguimos ver algo singular. A História diz que a música foi criada por causa do canto dos pássaros, que o homem primitivo tentou imitar. Mas será que os passarinhos foram então os “inventores” da música? Será então que em algum momento pré-histórico houve um grande “Congresso de Pássaros” em que em alguma hora um galo-de-campina puxou do bolso uma partitura rabiscada e colocando-a num pedestal, apoiou os óculos na ponta do nariz, e lendo, assobiou uma melodia que arrebatou a platéia? Ou será ainda que um coral de bem-te-vi’s encantou os expectadores com uma melodia linda, muito embora apenas com três notas?
É claro que não... Alguém criativo e poético o bastante criou a música. Algum poeta pensou, pensou e da própria essência do seu Ser arrancou sete notas musicais pousando-as na palma da sua mão. Este Poeta olhou maravilhado para elas e nelas viu uma parte do íntimo do seu ser, e sorriu. Segurando-as firmemente na sua mão, aproximou-as dos ouvidos e as ouviu. Exatamente naquele momento, nasceu aquela que talvez seja a mais profunda expressão da poesia: A Música.
E então, num momento sublime da História, aquele Poeta de olhos brilhantes cantou. Foi o primeiro Ser desde a eternidade que cantou. E ali, Ele deu vida à sua Poesia. Depois, Ele ensinou aos anjos, e depois pacientemente ensinou uma melodia diferente a cada passarinho, ordenando-os que a ensinassem a seus filhotinhos. E finalmente, Ele ensinou aos homens. E aí, O Poeta ficou satisfeito. E viu que era “Muito Bom”. O Poeta de olhos brilhantes Criador da Música foi ninguém mais ninguém menos que o próprio Deus. Ele é o maior Mestre em Música de todos os tempos.
E como Ele incutiu na natureza humana sua própria essência de Criador, podemos dizer que o Supremo Criador criou outro criador. E o homem criou... Criou instrumentos, melodias e harmonias. Entretanto eu tenho a nítida sensação que ainda hoje, se pudéssemos de alguma forma juntar em um só corpo o maior doutor em música do planeta, o instrumentista que domina a técnica e a teoria musical, juntamente com os grandes ícones da música mundial de todos os tempos. Este alguém, diante de Deus pareceria apenas uma criança aprendendo a falar as primeiras palavras diante de um mestre letrista que domina sete idiomas diferentes!

registrado no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional
Vandejer Adrian Melo das Chagas Filho